quarta-feira, 24 de março de 2010

RIO PARAÍBA DO SUL SOFRE COM DESCONHECIMENTO DE POPULAÇÃO

Por Maria Clara Jordão (Além Paraíba-MG)
Vinte e dois de março, data em que se comemorou o Dia Mundial da Água, e, não é novidade para ninguém, que a quantidade de água potável em todo o mundo é ameaçada cada vez mais pelo desperdício, pelo crescimento populacional e pela expansão das atividades industrial e agrícola, que, diariamente, despejam toneladas de esgoto nos rios.
O Brasil, apesar de ter a maior concentração de água doce do planeta (cerca de 12%), enfrenta também muitos problemas com a poluição de seus rios, e, o rio Paraíba do Sul é um exemplo de depredação e de falta de consciência da população. Formado na cidade de Paraibuna-SP, O rio Paraíba percorre cerca de 1.150 km, passando pelos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, e desemboca no Oceano Atlântico, próximo a cidade de São João da Barra. Ao todo são 184 municípios, que somam um total de mais de 5 milhões de habitantes, banhados pelas águas do Paraíba. O rio abastece ainda, por meio da transposição de suas águas ao Sistema Guandu, a região metropolitana do Rio de Janeiro, que possui cerca de 11 milhões de habitantes. Servindo para o abastecimento da população, para a irrigação agrícola ou para a indústria, o rio Paraíba do Sul ainda abriga 4 barragens com usinas hidrelétricas, além da represa que ainda está em construção entre os municípios de Além Paraíba-MG e Sapucaia-RJ. A eletricidade produzida abastece as populações da bacia do Paraíba e também a região do Grande Rio. Mas, apesar de toda sua importância para grande parte da região sudeste do país, o Paraíba do Sul recebe o esgoto da maioria das cidades que banha e possui um alto nível de poluentes. Dentre os agentes poluidores, como resíduos industriais, da pecuária e da agricultura, o esgoto urbano é o mais significativo e o que mais preocupa na preservação do rio. São muitas as cidades que não possuem tratamento de esgoto e que despejam todo o lixo diretamente nas águas do Paraíba. Diariamente, cerca de um bilhão de litros de esgoto doméstico é lançado em suas águas, e, mesmo com toda essa agressão, a maioria da população não tem real conhecimento dos problemas que isso pode gerar no futuro, fazendo com que só aumentem as dificuldades para se conseguir de fato, recursos para a recuperação e preservação do rio. Para a moradora da Ilha Gama Cerqueira, bairro de Além Paraíba às margens do Paraíba do Sul, Geny Fazolato, muitas pessoas ainda não levam a sério a preservação do rio: “muita gente já tem a consciência de não jogar lixo no rio Paraíba, porém, muitas pessoas ainda teimam em fazer dele sua lata de lixo. É assustador, principalmente quando o rio está cheio, ver a quantidade de sacolas de lixo, caixas, isopor, e, até mesmo móveis velhos que passam boiando. Eu fico indignada com tanta irresponsabilidade”. Investimentos em ações de recuperação da bacia do rio Paraíba do Sul já foram anunciados, como no caso da cidade de Além Paraíba, onde em fevereiro, a COPASA, empresa responsável pelo abastecimento de água da cidade, apresentou um projeto, solicitado pela prefeitura, de implantação da “Estação de Tratamento de Esgoto de Além Paraíba”. Segundo o vereador Welington Júnior Silva, esse projeto ainda está em discussão: “a idéia de nós vereadores e da Prefeitura é que se consulte uma cidade onde já esteja implantado esse sistema, para termos uma base de como começar o serviço e também de como isso pode influenciar na economia da cidade, já que pela proposta inicial da COPASA, a conta de água dos moradores subiria até 60% com a conclusão das obras, e, nós achamos essa taxa muito alta. Esse é um projeto muito importante para Além Paraíba e para o rio Paraíba do Sul, mas primeiro pensamos em visitar uma cidade como Lavras-MG e, a partir daí começar as etapas de negociação com a COPASA”.

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