GERAÇÕES NÃO DEIXAM O CARNAVAL MORRER

Agnes Lutterbach (Nova Friburgo-RJ)
E a preparação começou na sexta-feira de carnaval. A adolescente de 17 anos Ana Kelly Azeredo preparou uma fantasia de mulher-gato para brincar o carnaval. O interesse dela começou há alguns anos: “Desde os 12 anos eu me juntava com minhas amigas, a gente via aquela animação e era isso que nos motivava”. Ela não gosta de comprar as fantasias, gosta de criá-las: “Gosto que elas sejam únicas, não são muito originais, mas tem a minha cara”. Para a adolescente, o carnaval é uma época boa, onde é possível esquecer os problemas e sair da rotina. Ela gosta da folia e da animação e boa música, alegria e segurança não podem faltar.
Já no domingo de carnaval, houve uma matinê na Praça Demerval Barbosa Moreira animada pelo grupo Meu Chapéu Virou Pandeiro, crianças de todas as idades brincavam ao som de cantigas de roda, marchinhas de carnaval e cirandas infantis. Aos 9 meses, Stella estava vestida de fadinha, aproveitando o carnaval ao lado dos pais. A mãe diz que é o primeiro ano que passa o carnaval na cidade e que está achando bem tranqüilo e animado: “Trago minha filha enquanto ela é bebê, quando ela crescer, não a trarei mais”. Já Sofia, de 1 ano e 3 meses estava fantasiada de Branca de Neve, a mãe Andressa, diz que a filha adora o carnaval: “Ela pede pra ficar no chão, brincando, pede sempre mais. Quando vai colocar a fantasia, ela fica toda alegre”.
A colunista social de 73 anos Marly Pinel pula carnaval desde os 7 anos de idade e desfila em escolas de samba há 35 anos. Ela começou a freqüentar as matinês com o pai, foi tomando gosto e nunca deixou de gostar da festa: “O carnaval representa tudo de bom, a alegria, vontade de sair; renuncio tudo por causa do carnaval, eu amo essa festa”. Ela desfila nas cinco escolas de samba da cidade, saiu em dois blocos de enredo e em alguns blocos de embalo; foi eleita a madrinha do bloco Dos 9 aos 90.
A aposentada de 79 anos, Eunice Rosa, se fantasiava todos os anos, desde criança. Desfilou durante 12 anos na escola de samba Imperatriz de Olaria, três vezes na Alunos do Samba e uma vez na Vilage. Hoje ela se reúne com os amigos para assistir ao carnaval e relembrar os velhos tempos.