sábado, 10 de abril de 2010

GREVE DOS TRABALHADORES PARALISA AS OBRAS DO PAC NO RIO BENGALAS EM NOVA FRIBURGO

Por Bruno Pedretti (Nova Friburgo-RJ)
Funcionários da empresa Tecnosolo, responsável pelas obras de execução do Programa de Aceleramento de Crescimento (PAC) do governo federal, e que realizam melhorias às margens do Rio Bengalas, estão em greve. Os trabalhadores, que no momento estão próximos à sede da Friburgo Auto Ônibus (Faol), no distrito de Conselheiro Paulino, alegam que os salários estão atrasados, assim como os vales-transportes, que não são fornecidos desde o dia 1º de abril, e os benefícios que devem ser pagos pela referida empresa, como insalubridade, não vêm sendo cumpridos.
A alimentação é uma das maiores reclamações dos trabalhadores. O ajudante Fábio da Silva conta que já encontrou até fígado estragado em sua quentinha. “Já encontrei bife de fígado podre em minha quentinha e colegas de profissão já encontraram ovos estragados. Além disso, tiro dinheiro do próprio bolso para vir trabalhar, quando não venho a pé, para economizar”, afirma Fábio.
O pagamento dos salários também não vem sendo devidamente efetuado e o diretor sindical Sérgio Luís diz que os trabalhadores não recebem benefícios como insalubridade desde o ano passado. “Há uma defasagem salarial de um ano. Um ajudante, por exemplo, era para receber R$ 662 atualmente e vem ganhando R$ 453, menos até que um salário mínimo, o que não é justo para nós, que trabalhamos em condições insalubres”, afirmou.
“Eles querem cumprir a convenção coletiva do sindicato de Nova Friburgo, que é incorreta. A empresa deveria pagar de acordo com o Sindicato da Construção Pesada do Rio de Janeiro”, diz Sérgio Luís.
A situação é delicada. O ajudante Elias Rosa, por exemplo, pediu demissão porque, segundo ele, seus chefes queriam que entrasse no rio sem os equipamentos necessários, o que ele não aceitou. “Eles queriam que eu entrasse no rio sem luvas e botinas. Não entrei e pedi demissão. Além disso, só recebi R$ 220 de fundo de garantia (FGTS). Trabalhei durante seis meses corretamente com a empresa, agora quero apenas receber o que é meu”, reclama Elias.
As denúncias não param por aí. Trabalhadores afirmam que a água utilizada na descarga e lavagem dos banheiros vem do próprio Rio Bengalas e o risco de contrair doenças é grande. Primeiros socorros também não são oferecidos aos funcionários no local da obra. Por isso mesmo, o diretor do Sindicato Construção Pesada do Rio de Janeiro, Sérgio Luís, pleiteia que condições dignas de trabalho sejam oferecidas pela empresa. “Os funcionários querem receber a insalubridade e seus benefícios, que não são favores, e sim, nossos direitos. Faremos a limpeza do rio e aprofundaremos dois metros, assim haverá contato do trabalhador com a água poluída, precisamos de condições de trabalho”, explica o diretor do sindicato.
A Prefeitura vem cumprindo sua parte no contrato mantendo prazos e pagamentos em dia
Em nota oficial divulgada pela Prefeitura, o secretário municipal de Projetos Especiais, engenheiro Antonio Carlos Berbert, garante que as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) não foram suspensas e seguem em ritmo normal.
O secretário afirma ainda que a paralisação dos funcionários da empresa que executa os serviços não tem nenhuma relação com a Prefeitura de Nova Friburgo, que está inteiramente em dia com os prazos e pagamentos relativos ao contrato da mencionada obra. “O motivo do movimento dos trabalhadores refere-se a uma questão sindical, que está sendo devidamente conduzida pela empresa prestadora do serviço”, esclarece a nota.

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